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"Fóssil do Dia" para o recuo do Japão na ação climática

Sábado, 16.11.13

Parece uma piada de mau gosto e vale a atribuição inequívoca de mais um “Fóssil do Dia”: a COP19 serve para os países aumentarem o nível de ação face às alterações climáticas mas, ontem, o Japão fez precisamente o contrário, ao anunciar (em Tóquio) uma diminuição drástica da sua meta de redução de emissões para 2020. Na prática, o novo compromisso equivale a um aumento de 3,1% em relação aos níveis de emissões de 1990.

Em 2009, o Japão anunciou que até 2020 iria reduzir as emissões em 25%, em relação a 1990. Agora, a Rede de Ação Climática (CAN), que integra a Quercus, pede à delegação japonesa para reler os relatórios do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) e para refazer as contas. A nova meta é, inclusive, um passo atrás em relação ao compromisso de Tóquio no primeiro período de vigência do Protocolo de Quioto, que era de 6% de redução a partir de 1990.

Como pode o Japão contribuir para elevar o nível de ambição internacional se, enquanto terceira maior economia, diz que só pode aumentar as emissões? O país alega que o cenário pós-acidente nuclear em Fukushima obrigou ao aumento de combustíveis fósseis, mas as ONG entendem que é possível fazer melhor sem recorrer a esta retórica. “Não há desculpas, sabemos que podem fazer melhor. Não queremos a energia nuclear e não queremos as alterações climáticas. Façam o favor de reconsiderar e de regressar com metas ambiciosas”, apela a CAN.

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por Quercus às 10:30

Hoje é “Dia de acção global” pela libertação dos “30 do Ártico”

Sábado, 16.11.13

A Greenpeace promove este sábado um dia de acção global pela libertação dos activistas e jornalistas independente presos na Rússia há quase dois meses. Os 28 activistas e dois jornalistas foram detidos em águas internacionais a bordo do navio Arctic Sunrise, após um protesto contra a exploração de petróleo no Ártico, no Mar Pechora, na plataforma Prirazlomnaya da Gazprom, na costa russa. 

O grupo foi recentemente transferido de Murmansk, no norte do país, para São Petersburgo, onde aguardava pelo fim da prisão preventiva que deveria terminar a 24 de Novembro. No entanto, a comissão de instrução encarregue do processo pediu ontem o prolongamento da detenção por mais três meses. Os activistas chegaram a ser acusados de pirataria, mas as autoridades russas diminuíram a acusação para vandalismo, por terem tentado acorrentar-se à plataforma flutuante do consórcio Gazprom.

Quem não puder participar directamente numa das acções, encontra nesta lista da Greenpeace Brasil sugestões de 30 coisas a fazer pelos 30 do Ártico.

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por Quercus às 10:00

Energia a preços acessíveis não é possível sem olhar para a eficiência energética

Sábado, 16.11.13

O recente relatório “World Energy Outlook2013”, da Agência Internacional de Energia, mostra que a crescente exploração de fontes de petróleo e gás não convencionais não significa que o mundo se encontra perante uma nova “era dourada” de exploração de combustíveis fósseis. Energia a preços acessíveis para todos é mais importante hoje do que nunca, e torna-se urgente implementar a curto prazo medidas para promover a eficiência energética e reduzir os preços da energia a nível global.   

O estudo mostra ainda que a crescente exploração de fontes de petróleo e gás  não convencionais, como o petróleo de xisto nos Estados Unidos e as areias betuminosas no Canadá, permitirá compensar (em parte) o fosso crescente entre a procura mundial de petróleo e a produção de petróleo bruto convencional nas próximas décadas. Já a produção dos atuais campos petrolíferos deverá diminuir em mais de 40 milhões de barris por dia em 2035.

A fração de petróleo convencional no consumo deverá recuar em 2035 para cerca de 65 milhões de barris por dia, contra os atuais 70 milhões de barris. A descoberta de novas jazidas de petróleo, como as do Brasil, poderá compensar este declínio. Paralelamente, o acesso aos recursos não convencionais graças ao avanço tecnológico vai conceder vantagens competitivas aos Estados Unidos em relação à União Europeia e ao Japão, sobretudo nos setores como o do aço, do papel e do cimento. No entanto, e apesar das suas reservas domésticas destes recursos, o Médio Oriente vai tornar-se o segundo maior consumidor mundial de gás em 2020 e o terceiro maior consumidor de petróleo em 2030.

A eficiência energética continua, apesar de tudo, a ter um papel fundamental e um potencial muito vezes ignorado ou por desenvolver. Dois terços do potencial de poupança em eficiência energética continua por explorar, enquanto não forem derrubadas algumas barreiras de mercado, como os perversos subsídios aos combustíveis fósseis. As fontes de energia de baixas emissões de carbono vão corresponder a cerca de 40% do crescimento da procura de energia global. [ver sumário executivo]

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por Quercus às 09:00