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Expectativas de Christiana Figueres para a COP19

Segunda-feira, 11.11.13

Numa conferência de imprensa após a abertura da COP19, a secretária executiva da Convenção Quadro da ONU sobre Alterações Climáticas (UNFCCC), Christiana Figueres, reforçou a “necessidade de acção urgente” para que a humanidade “atinja o pico de emissões de gases de efeito de estufa (GEE) durante esta década” e prepare o caminho para eliminar estas emissões até à segunda metade do século, um processo que tem de avançar a outro ritmo para manter o aumento de temperatura global abaixo dos 2ºC.

Esta responsável das Nações Unidas salienta que a conferência internacional que decorre até dia 22 em Varsóvia, na Polónia, acontece pouco depois de serem conhecidos os alertas do primeiro capítulo do 5º relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), e num momento em que se assiste na prática aos efeitos dos fenómenos climáticos extremos, com o supertufão que afectou as Filipinas e o Vietname nos últimos dias.

No caminho para um novo acordo global a assinar em 2015, na COP21, em Paris, é necessário preparar três temas fundamentais: clarificar o modelo de financiamento até 2020, lançar o mecanismo de “perdas e danos” que irá ajudar os países mais vulneráveis a preparar-se para as alterações climáticas e, em terceiro lugar, clarificar os pontos que farão parte do novo acordo e que terão de ser ainda trabalhados na COP20 de 2014, em Lima, no Peru.

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por Quercus às 17:58

Organização aconselha visitantes a evitar protestos em Varsóvia

Segunda-feira, 11.11.13

A organização da COP19 emitiu hoje recomendações para que os delegados e outros participantes evitem participar nos protestos que decorrem no centro de Varsóvia, nas celebrações do Dia da Independência e na marcha nacionalista anual, que terminou em conflitos com as autoridades. Os delegados são aconselhados a evitar as manifestações e a não envolver-se em quaisquer discussões com manifestantes, bem como a evitar zonas de conflito, onde não devem efectuar fotografias e vídeos. São igualmente desaconselhados os transportes públicos, devendo ser apenas usados táxis, o combóio rápido, ou transportes das delegações ou da própria COP19.

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por Quercus às 17:21

Rede de Ação Climática pede libertação dos "30 do Ártico"

Segunda-feira, 11.11.13

A Rede de Ação Climática (CAN, na sigla em inglês), uma plataforma internacional da sociedade civil que integra a Quercus, pediu hoje a libertação dos 30 activistas detidos pelas forças se segurança russas em águas internacionais do Ártico. “Há 54 dias, 28 manifestantes pacíficos de uma organização membro da CAN, e dois jornalistas, os “30 do Ártico”, foram detidos sob a ameaça de armas em águas internacionais. Por protestar contra uma plataforma de petróleo, foram acusados dos "crimes" de pirataria e vandalismo. Mas o verdadeiro crime é a busca incessante de combustíveis fósseis pela indústria suja e os impactos que isso tem no nosso planeta”, diz o diretor internacional da Rede de Ação Climática.

Wael Hmaidan defende que “só é possível perfurar para extrair este combustível porque o gelo está a derreter. Mas mais petróleo significa mais degelo, o que resultará em que mais petróleo ficará acessível e o círculo vicioso continua. Um circulo que os delegados na COP19 têm o poder de parar. Podem ser a primeira geração de líderes a enfrentar o desafio das alterações climáticas, ou podem ser os últimos a recusar fazê-lo, condenando as nossas crianças a viver num mundo cada vez mais perigoso”, afirma este dirigente. 

Um dos activistas detidos, o polaco Tomasz Dziemianczuk, enviou uma carta aos delegados na COP19. “Hoje em dia, a proteção ambiental exige ações mais corajosas. A fim de proteger o que nos é precioso, temos de realizar mais ações. Que ações estão dispostos a tomar? Vão comprometer-se com cortes adicionais das emissões e com o financiamento para o clima, por exemplo?" "Não desiludam o Tomasz no seu país”, apela o diretor internacional da Rede de Ação Climática. [Fonte: CAN International]

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por Quercus às 15:39

'Polónia recebe conferência das Nações Unidas sobre o clima. A Quercus participa no encontro.'

Segunda-feira, 11.11.13

Na RTP: " Na Polónia, em Varsóvia, no Estádio Nacional, tem inicio uma conferência, das Nações Unidas, sobre o clima. O objetivo da reunião, onde participam representantes de 200 países, é preparar um novo pacto sobre alterações climáticas. O acordo global será confirmado, em 2015, em Paris, numa reunião das Nações Unidas. A Quercus participa no encontro."

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por Quercus às 13:03

Negociador-chefe das Filipinas inicia jejum na #COP19

Segunda-feira, 11.11.13

O plenário da #COP19 acaba de cumprir três minutos de silêncio em homenagem às vítimas do supertufão Haiyan, já considerado o pior desastre natural da história das Filipinas, com mais de dez mil vítimas. A iniciativa partiu de uma proposta da delegação chinesa, após o discurso emocionado do negociador-chefe das Filipinas, Yeb Saño, que foi ovacionado pela plateia após anunciar um jejum voluntário até que haja desenvolvimentos significativos para lidar com “a loucura das alterações climáticas”. [texto da intervenção e vídeo]

Vídeo da intervenção:

IISD VIDEO: Philippines delegate Naderev Saño COP19 Warsaw from IISD Reporting Services on Vimeo.

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por Quercus às 11:50

Já começou a #COP19

Segunda-feira, 11.11.13

Acaba de ter início em Varsóvia, na Polónia, a 19ª Conferência das Partes (COP19) da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas. A sessão de abertura (em directo aqui) está a ser marcada pelos discursos de ocasião, a começar pelo do presidente da COP18, que decorreu no Qatar, que saudou os países que ratificaram o segundo período de compromisso do Protocolo de Quioto, e desafiou outros a fazerem o mesmo. Abdullah Bin Hamad Al-Attiyah destacou ainda os desenvolvimentos obtidos em Doha a nível do mecanismo de “perdas e danos”.

O sucessor, na COP19, é o ministro do ambiente polaco, que considera que “as alterações climáticas são um problema mundial, se não concertarmos acções, e uma oportunidade, se trabalharmos juntos”. Marcin Korolec promete fazer tudo para que a COP19 seja um sucesso em termos de organização e de resultados, e promete transparência nas negociações e nos esforços para atingir o consenso entre as partes. [texto da intervenção]

A secretária executiva da Convenção Quadro da ONU sobre Alterações Climáticas (UNFCCC), Christiana Figueres, lembra que apesar da COP19 ter lugar num estádio de futebol, "as negociações não são um jogo com dois lados". "Ganhamos todos, ou perdemos todos", diz, porque é a humanidade que está em causa. À semelhança do ministro polaco, Figueres deixa uma palavra solidária às Filipinas, assolada nos últimos dias pelo tufão Haiyan, e aponta as quatro prioridades da COP19: clarificar o modelo de financiamento; construir um mecanismo que ajude as populações vulneráveis a responder aos efeitos da alterações climáticas; delinear o caminho para o período pré-2020; e clarificar o novo acordo para 2015 [texto integral da intervenção].

Depois de uma breve saudação da presidente da câmara de Varsóvia, seguiu-se a intervenção de Rajendra Pachauri, presidente do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), que recordou os dados preocupantes da primeira parte do 5º relatório do IPCC, apresentado recentemente (ver apresentação em PDF). 

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por Quercus às 09:34

Alterações climáticas: Conferência em Varsóvia não pode ser mais um passo em falso contra o clima

Segunda-feira, 11.11.13

Tem início hoje, dia 11 de Novembro, em Varsóvia, prolongando-se até 22 de Novembro, a 19ª Conferência das Partes (COP19) da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas que terá como grande objetivo preparar uma nova tentativa de acordo global a alcançar na 21ª reunião, a realizar-se em Paris em 2015.

A partir de um conjunto de decisões tomadas em 2011, na COP17 da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês), em Durban, na África do Sul, os países presentes reafirmaram a sua vontade em ultrapassar o problema das alterações climáticas. Estas decisões foram reafirmadas no ano passado na COP18, em Doha, Qatar. Contudo, estas resoluções ainda estão para passar à ação, pois as emissões globais de gases de efeito de estufa (GEE) continuam a empurrar o mundo para um aumento de temperatura de 4 graus Celsius até ao final deste século, em relação aos níveis de temperatura pré-industrial. 

Os limites do planeta e o presente estado de equilíbrio dos ecossistemas estão prestes a ser ultrapassados. Já assistimos a impactes devastadores das alterações climáticas um pouco por todo o mundo, em forma de tempestades, cheias, secas e um número crescente de eventos climáticos extremos. Estes fenómenos estão a custar aos países recursos financeiros escassos, enquanto a economia global continua a enfrentar uma crise de grandes proporções. Os impactes são tratados de forma isolada e temporária, preferindo-se ignorar a raiz do problema.

A falta de vontade política continua a ser o maior impedimento do progresso das negociações no quadro da Convenção das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (UNFCCC, em inglês). A insuficiência de recursos financeiros tem dificultado ações de mitigação mais ambiciosas e a operacionalização efetiva dos mecanismos que podem ajudar a lidar com os impactes das alterações climáticas a nível mundial. Equidade, perdas e danos são outras questões chave que continuam a ser ignoradas.

Chegou, pois, a altura dos países enfrentarem a realidade das alterações climáticas, de mostrarem liderança e coragem para tomarem neste momento decisões difíceis mas necessárias. A falta de vontade política não deve continuar a impedir a definição de ações ambiciosas que façam frente às alterações climáticas. 

Ainda é possível traçar o caminho para um futuro climático seguro. Para isso, os países presentes nesta Conferência em Varsóvia devem assumir os compromissos necessários para assegurar um aumento de temperatura global abaixo dos 2,0 - 1,5ºC. É necessário um acordo climático global em 2015 e, até lá, só temos mais duas reuniões entre as partes. O tempo é essencial para cumprir este objetivo e há muitos assuntos por resolver, sendo o principal a falta de confiança entre países.

Esta reunião deve ter como meta trabalhar com vista a um plano climático justo, ambicioso e vinculativo aplicado a todo o mundo. A Quercus considera que a prioridade da Conferência deve ser o aumento da ambição de redução de emissões a curto-prazo e de financiamento das medidas. Estes resultados ajudarão a cimentar a confiança entre os países e a criar condições para um novo e efetivo regime climático pós-2015.

Uma Conferência num país que tem bloqueado as politicas climáticas europeias

Enquanto se prepara para receber a COP19, acolhendo milhares de delegações oficiais, diplomatas, ativistas, empresários e jornalistas, a Polónia é na verdade um exemplo muito negativo em termos de política climática, quer pela forte utilização de carvão na produção de eletricidade, quer pela oposição às metas de redução de gases de feito de estufa (GEE) da União Europeia. Neste contexto, há fortes dúvidas sobre se a Polónia é o anfitrião adequado para as atuais negociações.

Estamos a falar de um país que conta atualmente com o carvão para assegurar 90 por cento da sua produção de energia (elétrica e calor). A utilização de carvão é defendida pelo governo polaco junto da população por ser uma fonte de energia nacional. No entanto, mais de metade do carvão utilizado já é importado. Neste momento, o governo está a avançar com duas novas centrais térmicas a carvão que podem violar as leis da União Europeia por não incorporarem a captura e sequestro de carvão (CCS, na sigla em inglês).

Ao mesmo tempo, a Polónia mantém-se firme contra uma meta mais ambiciosa de emissões que exigem o corte de 40% entre 1990 e 2030, afirmando que isso poderá prejudicar sua economia. Atualmente, a meta da UE é de reduzir 20% até 2020, em relação a 1990, praticamente atingida à custa da crise económica e não de políticas ativas fortes de mitigação.

No âmbito do Protocolo de Quioto, a Polónia foi obrigada a reduzir 6 por cento das emissões de GEE, mas reduziu mais de 30 por cento em relação a 1990; porém, as associações de ambiente defendem que os cortes resultam da reestruturação da indústria estatal e não dos esforços de mitigação.

Portugueses, preocupem-se!
Destruição das praias e ameaça às zonas de litoral de povoações costeiras deverá ser risco mais dramático para Portugal

A Conferência em Varsóvia surge imediatamente a seguir à divulgação da primeira parte do 5º relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas. Considerando as previsões feitas por estudos portugueses (SIAM em 2004), e os impactes previstos para a região em que Portugal se insere (Mediterrâneo e Europa do Sul), anunciados no presente relatório e também no anterior (de 2007), a subida do nível do mar é uma das maiores preocupações para Portugal.

Os impactes ambientais estão a acelerar: as camadas de gelo estão a derreter muito mais rapidamente, o aumento do nível do mar está a acelerar e o gelo do mar Ártico está a desaparecer a um ritmo surpreendente. Devido à subida do nível do mar, a disponibilidade de água potável irá diminuir, aumentando os níveis de salinização da mesma em toda a costa Mediterrânea. Esta subida do nível do mar (que poderá atingir uma média de 98 cm entre 1986-2005 e 2100), causada pela expansão dos oceanos decorrente do aumento da temperatura e do degelo, poderá vir a destruir 67% das zonas costeiras do nosso país.

A ameaça ao nosso território é real, dramática e poderá ter fortes implicações económicas e sociais, pelo que os portugueses deverão estar na primeira linha de defesa de uma política climática ambiciosa a nível mundial, acompanhando o tema à escala nacional e europeia com o maior interesse e participação.

Lisboa, 11 de novembro de 2013
A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

 

Actualização: ver documento com as expectativas da Rede de Ação Climática (CAN, na sigla em inglês), a maior rede mundial da sociedade civil, com mais de 850 organizações em 90 países, que trabalham em conjunto na promoção da ação governativa para lidar com a crise climática. A Quercus é membro da CAN Internacional fazendo parte do núcleo regional europeu, a CAN Europa.

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por Quercus às 01:52