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Há mais dois “Fósseis do Dia”: a repetente Austrália e a Turquia; e um prémio especial para o Canadá

Quinta-feira, 14.11.13

O Governo australiano apresentou um novo pacote legislativo em matéria de alterações climáticas, o “plano de ação direta”, que traz um objectivo insignificante de apenas 5% de redução de emissões de gases de efeito de estufa (GEE). Os economistas não acreditam que o país cumpra esta meta, mas mesmo assim não parece estar no topo das prioridades do novo Governo a elaboração de um plano B, ou o aumento do financiamento nesta área. Além de revogar o preço sobre as emissões de carbono, há noticias igualmente sombrias de que a Austrália vai reduzir o financiamento da Agência Australiana de Energia Renovável em 435 milhões de dólares, e retirar 10 mil milhões dólares de investimento em energia limpa.

Acresce a declaração ultrajante do primeiro-ministro Tony Abbott, que abriu o novo parlamento com a afirmação de que “em matéria de Governo, os adultos estão de volta ao comando”. A Austrália, para quem não sabe, já aumentou em 124% as suas emissões de GEE, em relação aos níveis de 1990. Nos últimos anos, o país registou o maior aumento relativo de emissões anuais de carbono, e é o quarto maior investidor do mundo em carvão. Razões mais do que suficientes, no entender da Rede de Ação Climática (CAN), para o país ficar em primeiro lugar na atribuição do “Fóssil do Dia” de quarta-feira.

Mas os australianos não ficam sozinhos no pódio. O segundo lugar de ontem foi atribuído à Turquia, que parece ter-se esquecido dos prémios que recebeu em conferências anteriores. Há rumores de que o país fechou o seu Conselho de Coordenação Interministerial para as Alterações Climáticas e desmantelou outras instituições que deviam trabalhar sobre o tema. Mas o pior indicador, considera a CAN, é a ausência de representantes do Ministério do Ambiente na lista de participantes na COP.

Mas as más notícias não acabam. Há países, como o Canadá, que além de terem uma péssima política contra as alterações climáticas, vão ao ponto de felicitar os outros que têm igualmente má prestação. O país rejeita a atribuição de preços às emissões de carbono, preferindo uma abordagem regulatória ineficaz, como demonstrado pelos resultados: segundo a estimativa do Governo, em 2020 as emissões do país estarão 20% acima das metas assumidas na COP15, em Copenhaga. Por isso, o Canadá recebeu o prémio especial “Fóssil da Descrença”.

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por Quercus às 11:01


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